sábado, 29 de outubro de 2022

O orgulho

O orgulho é o sentimento mais traiçoeiro que habita no ser humano, ele existe por sermos tão autênticos com ou quê nos rodeia, contudo, faz-nos perder tanto por tão pouco, mas quando é genuíno, fica enraizado no nosso peito ao ponto que custa dar “o braço a torcer”. Esta atitude conduz-nos por vezes, a perder pessoas ou até mesmo a duvidar de laços efetivos sejam eles de cariz amoroso ou familiar.

Há pessoas que por natura são assim, nascem desta forma, ainda que posteriormente, acarrete ao orgulho, outros fatores, o dito “feitio difícil” (ao que eu designo de personalidade forte), ou ainda, culpabilizam os signos (para quem acredita na sua influência destes no seu caráter). Mas existe uma grande diferença entre “ser orgulho” e “estar de consciência tranquila”, é necessário haver a inteligência emocional de saber interpretar, de reconhecer, assumir e acima de tudo, perdoar, quando seja caso disso.

O orgulho funciona como os polos das pilhas, tem o lado positivo e o lado negativo. Na primeira situação, eis alguns exemplos, é quando reconhecemos o valor de alguém ou quando queremos que tenham orgulho em nós, no que somos ou no que nos tornámos, ter brio de realizar uma determinada tarefa, orgulho de pertencer a uma equipa; no segundo caso, é quando o sentimento de orgulho nos rouba a falta de coragem de admitir e reconhecer as nossas lacunas, o que nos torna seres arrogantes e até mesmo cobardes na medida que nos faz sentir o ego elevado que tanto nos impede de aceitar ajuda ou apenas permitir que cheguem até nós.

O orgulho é bom quando te faz lutar por algo que ambicionas, mas nefasto quando te afasta daquilo ou de alguém que querias ter por perto, mas nestas circunstâncias, mora o silêncio que ocorre quando te cansas de pronunciar inúmeras vezes o teu ponto de vista, quando o outro ser te ouve, mas não te escuta, e quando a falta de diálogo mora nos teus dias e relações, seja o orgulho que estiver patente, dissipa-se tudo.

O orgulho em excesso é corrosivo, faz te negar intimamente aquilo que na verdade são dogmas para ti, há temporários momentos de orgulho, mas há pessoas que são orgulhosas uma vida inteira e depois culpabilizam a vida pelos dissabores que ela dá, mas que no fim, foram escolhas, e como todos nós sabemos, para cada escolha, há uma consequência.

Por isso, pensa bem, se preferes que o orgulho seja epicentro da tua vida ou orgulha-te de correr atrás (de algo ou alguém) para que não tenhas que viver com uma despedida antecipada, por palavras não pronunciadas. Faz o que a tua alma realmente quer, sente, fala, porque o tempo não espera, (de)orgulha-te, ama-te e deixa-te amar, perdoa-te e perdoa.