O orgulho é o sentimento mais traiçoeiro
que habita no ser humano, ele existe por sermos tão autênticos com ou quê nos
rodeia, contudo, faz-nos perder tanto por tão pouco, mas quando é genuíno, fica
enraizado no nosso peito ao ponto que custa dar “o braço a torcer”. Esta
atitude conduz-nos por vezes, a perder pessoas ou até mesmo a duvidar de laços
efetivos sejam eles de cariz amoroso ou familiar.
Há pessoas que por natura são
assim, nascem desta forma, ainda que posteriormente, acarrete ao orgulho,
outros fatores, o dito “feitio difícil” (ao que eu designo de personalidade
forte), ou ainda, culpabilizam os signos (para quem acredita na sua influência destes
no seu caráter). Mas existe uma grande diferença entre “ser orgulho” e “estar
de consciência tranquila”, é necessário haver a inteligência emocional de saber
interpretar, de reconhecer, assumir e acima de tudo, perdoar, quando seja caso
disso.
O orgulho funciona como os polos
das pilhas, tem o lado positivo e o lado negativo. Na primeira situação, eis
alguns exemplos, é quando reconhecemos o valor de alguém ou quando queremos que
tenham orgulho em nós, no que somos ou no que nos tornámos, ter brio de
realizar uma determinada tarefa, orgulho de pertencer a uma equipa; no segundo
caso, é quando o sentimento de orgulho nos rouba a falta de coragem de admitir
e reconhecer as nossas lacunas, o que nos torna seres arrogantes e até mesmo
cobardes na medida que nos faz sentir o ego elevado que tanto nos impede de
aceitar ajuda ou apenas permitir que cheguem até nós.
O orgulho é bom quando te faz
lutar por algo que ambicionas, mas nefasto quando te afasta daquilo ou de
alguém que querias ter por perto, mas nestas circunstâncias, mora o silêncio
que ocorre quando te cansas de pronunciar inúmeras vezes o teu ponto de vista,
quando o outro ser te ouve, mas não te escuta, e quando a falta de diálogo mora
nos teus dias e relações, seja o orgulho que estiver patente, dissipa-se tudo.
O orgulho em excesso é corrosivo,
faz te negar intimamente aquilo que na verdade são dogmas para ti, há temporários
momentos de orgulho, mas há pessoas que são orgulhosas uma vida inteira e
depois culpabilizam a vida pelos dissabores que ela dá, mas que no fim, foram
escolhas, e como todos nós sabemos, para cada escolha, há uma consequência.
Por isso, pensa bem, se preferes que
o orgulho seja epicentro da tua vida ou orgulha-te de correr atrás (de algo ou
alguém) para que não tenhas que viver com uma despedida antecipada, por
palavras não pronunciadas. Faz o que a tua alma realmente quer, sente, fala,
porque o tempo não espera, (de)orgulha-te, ama-te e deixa-te amar, perdoa-te e
perdoa.