sábado, 25 de novembro de 2017

# consciência de alma (pesada)

O que é que pesa mais no mundo? Teoricamente é a balança, mas na prática, é a consciência (de alguns). Ninguém adormece num sono profundo com a alma em turbulência. Podem passar semanas, meses e até anos, mas nunca terão o prazer de viajar no mundo dos sonhos com o coração sereno. Há momentos na vida que tens que te afastar dessas nuvens-cinzas, caso contrário, nunca conseguirás alcançar o arco-íris da tua vida. Por muito que doa, não te pode fazer perder o sono nem dispensar a tua energia. A pior morte é aquela que ocorre em vida, seja ela de ti, de alguém para ti ou simplesmente da vida. A saudade mais crucial é talvez aquela que vive prisioneira de momentos que nunca se vivenciaram, é um querer diferente e continuar tudo tão distante. Aprendi que há presenças que oprimem e ausências que te permitem voar.
A consciência pesada é uma resposta daquilo que não controlas, ou talvez, daquilo que não soubeste como agir em determinado momento, talvez por falta de alicerces no que concerne aos ideais de família e de amor. Não se nasce mulher, torna-se uma tal como não se nasce pai, aprende-se a sê-lo, a senti-lo e não apenas a dizê-lo. Laços de família não são mais que a genética implícita, o ADN que corre nas veias, porque o mais importante, são as pessoas que estão presentes. Um fim de um casamento, não é uma separação entre as sementes desse fruto. Os anos passam, as pessoas mudam. E o que fica? Memórias recalcadas, sonhos traídos e esperança num futuro melhor.
Não guardo mágoas em relação a ti, não consegues compreender a minha decisão e cobras-me pela tua atenção, mas talvez um dia quando fores velhinho, percebas que a cumplicidade, o amor, nasce genuinamente, não se impõe. E quiçá consigas alcançar o quanto fizeste falta na infância, na adolescência e ainda hoje. Se algum dia subir ao altar, não é a tua mão que quero agarrar. Perdoa-me pela escolha, pelas minhas decisões, mas fico-te grata ainda assim, porque indiretamente contribuíste para ser tudo aquilo que sou. Devo-te a ti a paixão pelos tesouros da história, pelo contato pela natureza, pela escrita. Mas faltaste e muito. Não soubeste o que era comprar-me um lápis, fazer os tpc’s comigo, e hoje dizes que tens muito orgulho na filha doutora que tens. Agradeço as palavras mas continuo a mesma menina que não viste crescer por falta de tempo, vontade ou por não saber como fazê-lo. Quando queremos, conseguimos. Quando precisamos de ver, vamos ao seu encontro.

Não é um SMS num dia, uma chamada numa semana, que altera uma longa história, de uma vida toda. 

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Cicatrizes

Tudo tem o seu tempo e tens que dar tempo ao tempo, mesmo quando este não te deixa ter tempo para ele. Não podes agir como uma criança inocente que cai, levanta e tenta de imediato arrancar a caspinha da ferida. Embora doa, ela quer tirá-la. É um ato infantil, ingénuo e inconsciente. Tens que deixar sangrar e sarar naturalmente. Todas as cicatrizes profundas deixam marcas, umas na pele, outras no coração. Há cicatrizes que são como tattos, umas com memórias, outras com nomes de pessoas, mas no fundo, todas tem um propósito e refletem algo.
Tu és o reflexo das tuas quedas, das tuas feridas que se transformam em cicatrizes e que condicionam as tuas direções. O pior é quando tu sabes onde te doí e por inércia tocas nela. Deixa-a quieta! Ela requer ar como a tua alma necessita refrescar para voltares a aprender a amar, a cuidar, a sonhar, a confiar, a entregar, a sentir e sobretud a viver. As cicatrizes são memórias recalcadas em ti, espelham o que aprendeste, o que vivenciaste mas jamais te poderão limitar. Por isso, cabe-te a ti protegeres as ditas para não reabrirem ou então não fazeres uma outra sob a anterior. Cada ferida tem o seu tempo de cicatrização, não magoes o teu coração. Há momentos que tem que imperar a voz da razão. 

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Barco à deriva


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  Não podes viver amarrada a um cais onde não é o teu porto-seguro. Há momentos na vida que é urgente largar os remos, deixar que a força das águas te movam, sentir o vento na tua pele e conseguir alcançar o caminho certo, ou melhor, o lugar e/ou as pessoas que te fazem feliz. Não podes viver agarrada ao que não te motiva e não seja a razão do teu sorriso. Não te culpabilizes por não seguires o GPS da sociedade, o que importa é olhares para o espelho sorrires com o coração.
Não oiças quem te diz que deves suportar aquilo que não te abraça a alma só pelo que outros vão pensar. A vida é como o “Titanic”. Não és egoísta por sonhares com o célebre “navio dos sonhos”. O que importa é que vivas cada momento com a idêntica intensidade que o casal de Jack e Rose viveu. Sente o agora. Não penses no depois, aquando a viagem terminar. Vive. Apenas isso.
  A vida é curta para te conformares a remar entre-os-rios só porque tens receio de navegar em oceanos desconhecidos, os tais que te deslocam do teu eu e daquilo que te impeliram. Às vezes é preciso naufragares para que voltes a reencontrar-te contigo, os teus ideais e sobretudo com os teus sonhos. É preciso soltares a âncora e encontrares o Norte, aquele caminho único que poderá guiar-te para sentires a força mais subtil da natureza, o Amor.
  Cabe-te a ti escolher entre passeares no rio onde te ensinaram a remar ou no mar onde podes aprender a navegar. Não te aprisiones a barcos de fantasia. Permite-te que a vida te mostre os barcos de pura magia. Os de amor e não aqueles que só te provocam dor. Não naufragues em tempestades. Não te prendas nas vozes das tristes mentalidades.
Permite-te sentir e amar. Deixa que te cuidem. Não vivas na ansiedade de ver o barco partir, és tu o piloto da tua vida. És tu que escolhes onde queres estar e ficar. O amor pode conhecer-se neste virar, neste à deriva, mas certamente, que te trará alguém melhor para a tua vida.

Naufraga. Perde-te. Não te ancores ao que não te move do cais. Permite-te conhecer o teu porto-seguro. Escolhe bem a tripulação do teu coração. 

sexta-feira, 31 de março de 2017

As escolhas repetem-se



A maior prova que a vida de universitário é o melhor período das nossas vidas é quando as pessoas que fizeram parte desse trajeto de aprendizagem permanece no teu mundo. O primeiro contato contigo foi decisivo. O sorriso foi cúmplice associado à mesma loucura, a uma personalidade idêntica resultante do historial de vida. Desde esse momento que senti que serias a única escolha possível para seres madrinha de curso. 

Adoro a capacidade da vida dar voltas e de nos fazer surpreender. Há quase seis anos estava a ingressar na Universidade de Évora, ajudavas-me a escolher os temas dos trabalhos, facultavas-me apontamentos, hoje sou eu que te ajudo a escolher as primeiras roupinhas e acessórios do teu bebé, do nosso bebé. 

Ontem tu Sr. Estudante e eu Bicho. Ontem caminhavas na calçada da muy ilustre cidade de Évora de sapatos pretos que tanto magoava os pés. Hoje caminhas com a melhor companhia, na tua barriga, um amor eterno para a vida. Ontem tu guiavas-me no curso superior, hoje sou a madrinha do melhor do teu interior: o teu filho!

Sabes, as coisas repetem-se quando são assuntos do coração.

<3 <3 <3 


PS: Adoro o simples facto de não perderes a tua essência. Perguntas ao que me refiro? Olha bem como dás as boas-vindas ao nosso príncipe Isaac... Querias dizer: baby boy. E eu interpretei que tinhas mal escrito nas fitas a frase: "It's a Boy". No fim, nem uma coisa nem outra. O Inglês não é o nosso forte, ahah. A intenção estava lá e como sempre nós entendemo-nos na nossa distração natural.  Meu Deus, para o que esta criança está guardada. Há coisas que não mudam nunca, tipo NÓS. 

Parabéns futura Mamã. 
Só podia nascer no teu mês de bastante calor,
Está quase a chegar,
Que venha que temos muito amor,

para dar e braços para abraçar.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Limonada...


Tudo e todos necessitamos de pausas. São estas paragens que te conduzem à mudança. Se queres avançar ou alguma coisa mudar é preciso parares, pensares e definires estratégias Cada coisa tem o seu tempo. De que adianta colocares uma espécie de spray de crescimento rápido, se ainda não é a altura certa? Dedica, rega mas não te precipites. Um bom sumo é aquele que é feito por ti. Vais fazer o teu sumo numa bimby ou vais espremer, naquelas máquinas antigas, de forma natural? Pode levar mais tempo, mas irás degustar de forma diferente, especial. Assim é com a vida. Há momentos que é preciso reunir forças e colher a fruta certa para transformá-la em suco. Precisas dos ingredientes certos e maduros. Para isso, deixa-te evoluir. Permite-te sentir. Tudo o que é biológico, tem outro sabor. De que vale mudar a estação, se não for o teu tempo ideal para procederes à colheita do teu limoeiro? 
Se a vida te der limões, porque não fazer uma limonada? 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A vida é feita de marés


A vida é feita de marés. Cabe-te a ti transformar as nuvens sombrias que paira no teu pensamento e transformá-las em arco-íris. Tudo depende da forma como espelhas as tuas inquietudes no teu peito.
 A força natural da lua faz com que os níveis das águas-do-mar variem e isso, sucedem inconscientemente com a nossa vida. Todos passamos por marés-de-azar, mas é nesse instante que tu precisas de segurar firmemente os remos e mudar de direção. Mesmo que isso implique um giro na tua vida de 360 graus e te distancie da tua rotina, do teu mais-que-tudo. Viver num cais e nos braços do teu porto-de-abrigo é o desejável, mas as marés são um teste para aqueles que teimam em querer desistir nesta viagem de montanha-russa que é a vida, São as tempestades que te abrem novos caminhos. Como se costuma dizer: “são dias dificeis para os sonhadores"..  Por isso é necessário subir ao mastro, de forma acompanhada, e observar os novos horizontes. Consulta a tua bússola, o teu coração é o teu norte, ele nunca te enganará. 

Não te assustes se o teu barco de fantasia semi-naufragar, por vezes é necessário, testar a resistência do material e da direção certa a seguir. É preciso coragem e muita ambição para não desistirmos de nós, daquilo que sentimos e do que desejamos. O futuro é escrito num parágrafo da História...O que quero com esta metáfora dizer é o seguinte: vivam como na época dos Descobrimentos. A fibra de cada um é testada em marés-de-tempestade...