terça-feira, 19 de junho de 2018

Matemática em mim



Tu e eu somos uma equação de 2ºgrau. Dois universos tão complexos, tu és das Ciências Exatas e eu da área Social. Tu és números. Eu sou letras. Tu procuras a lógica através dos inúmeros cálculos para alcançares os resultados numéricos adequados. Eu perco-me numa viagem incessante pela interpretação dos dados, dos materiais e das fontes históricas. Tu és lápis, máquina de calcular e problemas. Eu sou caneta, mil textos e uma Biblioteca de livros. 

Quando é assunto de coração, a premissa de que "os opostos se atraem", é certeira, mas incompleta, pois, é nas suas assimetrias que se encontram o encaixe perfeito. É certo que tem que identicamente os mesmos valores morais e princípios essenciais, à vida e aos relacionamentos.

O teu mundo exerceu uma potencial força gravitacional em mim. Exerces pressão no meu mundo, mas em simultâneo, é curioso, porque és como uma estrela-cadente. Foi preciso estar atenta aos pequenos sinais para ela cair do meu espaço, nos confins que é a minha mente. Pedi um desejo. Ainda continuo aqui à espera que se concretize. O que me abraça é que não é todos os dias nem todas as pessoas que tem o privilégio de ver desvanecer esta partícula que pressupõe uma carga simbólica gigantesca. Vou voltar a cruzar os dedos e pedir um desejo. Pedir-te, aqui e agora.

Tu és um quebra-cabeças e um puzzle de mil peças. Há momentos que creio não conseguir resolver o problema, interpretar-te e terminar o jogo que me deste para te decifrar e saber amar.
Tu és todas as operações de contas. Contigo, sobrai-o os pensamentos negativos da mente, as inquietações da alma, os medos do coração; divido os problemas e as angústias; somo memórias, momentos e sorrisos e multiplicam sonhos e objetivos. De ti só sei o valor de PI, do valor da tua personalidade, empenho e dedicação ao trabalho, à tua família. Tento resolver a equação, mas é sempre em vão. Não queria que fosses um sistema de Pitágoras, conseguia resolver, mas quiçá uma regra de três simples. Seria uma questão de aprendizagem, concentração, prática e alguma paciência (aquela que me escapa!).

Sabes quando era pequena, preserva no estojo de menina, o meu fabuloso lápis das tabuadas. Por muito que as soubesses, a memória falhava aquando a Professora pedia para realizar no quadro as contas de dividir. Tu és a operação de conta mais difícil, és conta de dividir. Mas sabes, a certa altura, vais aprendendo a confiar em ti, no teu estudo e é nesse instante que afias o bem-dito lápis. Peço-te que me deixes voltar a utilizar o tal lapisinho, sem medos.

Auxilia-me nas equações da vida e eu permitirei dar-te o livro das minhas instruções, dou-te acesso ao catálogo das minhas emoções. 
Quero contigo avançar cada ano, cada casa decimal, sem pensar em pensar. Apenas avançar, porque tu para mim és o tal..

És matemática em mim,
Se não está a resultar,
Há que voltar ao início, apagar e recomeçar,
Pois tu serás sempre um desafio e equação sem fim.

Tudo para te dizer que gosto de ti ao cubo ou a fórmula máxima que exista (que eu desconheça!).